A derrota para o Juventude se anunciava mesmo na seqüência invicta de quatro jogos que vínhamos ostentando. O time venceu três adversários, mas principalmente contra o Galo e contra o Fortaleza, ganhamos jogando muito mal. Era um time acuado, pressionado, tímido no ataque, errático, que venceu graças à fraqueza dos adversários. Lá no sul, não houve jeito: a maneira covarde de atuar cobrou seu preço, e sofremos uma daquelas derrotas difíceis de engolir, duras de aturar, doloridas mesmo, porque sabemos que o Juventude é um time fraco, que vai escapar por pouco do rebaixamento. E porque fomos dominados por um timeco desses.

Três zagueiros e dois volantes que não sabem apoiar tornam o time muito defensivo. Principalmente porque não temos atacantes. Tuta teve algum brilhareco no Carioca, mas é um centro-avante pesadão, que não sabe chutar, não sabe cabecear, não sabe se colocar na área, não consegue correr (parece um aposentado # está correndo menos do que Romário), não sabe dominar uma bola. Enfim, não serve para nada.

É um desperdício ter um enfiador de bolas brilhante como o Felipe e não termos um atacante que saiba aproveitar isso. Aos 20 minutos do jogo deste domingo, o Felipe meteu para o Tuta uma bola semelhante à que o Tevez meteu para o Roger no segundo gol dele pelo Curintcha contra a Ponte. Roger teve o talento de tocar meio de bico, meio de três dedos, no canto oposto e no contra-pé do goleiro Lauro. Tuta não sabe chutar e não tem velocidade, por isso deixou o zagueiro chegar, tentou o drible, e desperdiçou a chance.

Com Arouca em sua pior fase desde que foi promovido, e a nossa pouco confiável zaga em uma noite particularmente infeliz, perder para o Juventude era questão de tempo, ao longo jogo. E o Abel não quer o Petkovic, jogador que daria uma nova dinâmica de ataque ao time.

O Lancenet está dando que o Vasco, com Renato e Romário, vai insistir em levar o Felipe. Será imperdoável deixá-lo sair por causa do Petkovic. Temos que ter os dois em campo, com o Felipe sem posição fixa, caindo para os lados, recuando, até mesmo chegando na área para finalizar, a seu próprio juízo, de acordo com o desenrolar do jogo. E com o Pet fazendo seu papel habitual de meia que chega batendo em gol. Tivemos chances de gol de bola parada contra o Juventude, mas todos nós sabemos, até os vitrais das Laranjeiras sabem, que não há um só jogador que saiba bater faltas no Flu.

Nada há a dizer mais sobre o jogo. Foi só aborrecimento, e a certeza de que se não mudarmos, se não houver o encaixe do Pet e do Thiago, com a manutenção do Felipe, não temos nenhuma chance de sequer chegar ao final na zona da Libertadores.
Juventude 2 x 0 Fluminense: Kleber; Gabriel Santos, Milton do Ó e Cruz (Lino); Gabriel, Arouca, Romeu (Fernando Balbino) e Juan; Leandro (Juninho) e Tuta.
Cartões amarelos: Milton do Ó, Juninho e Lino. Cartões vermelhos: Milton do Ó.

Cezar Motta - cezar_motta@uol.com.br