Amigos, acho que está bem claro que a perda da Libertadores foi um golpe de que dificilmente o Fluminense vai se recuperar este ano # e se houver mesmo um rompimento com a Unimed, talvez não se recupere nos próximos anos.

Não temos mais time, há um bando em campo, jogadores visivelmente desinteressados e fazendo corpo mole, jogando para perder e correndo para não chegar, como Dodô e Arouca.

Outros sem qualquer condição física ou técnica para jogar em time de primeira divisão, e talvez nem mesmo na segunda divisão, como Ygor, Rafael, Carlinhos etc.

Tudo isso sem comando técnico, sem esquema de jogo, sem liderança, sem rumo, sem metas ou objetivos, resulta no triste e doloroso espetáculo que, infelizmente, assistimos nesta noite de sábado no Maracanã.

Não há o que comentar. Se não houver uma sacudida urgente e radical, como a contratação de um dirigente profissional com comando sobre o futebol, se não vier a demissão do Renato Gaúcho e a contratação de um novo técnico, além de uns três reforços de qualidade, o rebaixamento será inevitável.

Até o Ipatinga está jogando melhor. Claro que tudo é mais difícil no Fluminense, onde os jogadores treinam em um pasto esburacado, um terreno baldio, que não oferece qualquer condição para treinamento, onde é impossível treinar, por exemplo, jogadas rápidas de contra-ataque, por causa dos buracos.

Mas, enfim, o Renato Gaúcho não treina nada disso mesmo. É o técnico ideal para aquela massa disforme e decadente que é o Fluminense de Horcades e de Tote Menezes.

Entra ano, sai ano, não há sequer uma providência para resolver o gravíssimo problema da falta de estrutura de trabalho e de treinamento, enquanto o bufão, o palhaço que adorava chorar e fazer micagens diante das câmeras da Globo durante a Libertadores, agora terá que se explicar à polícia por causa do escândalo do câmbio negro dos ingressos.

E o vice-presidente de futebol? Não soube responder se o Everton que o Fluminense tenta contratar é o mais velho, o Ewerthon que jogou no Curintcha em 2000 com Leandro Guerreiro e Gil, passou pela Alemanha e está na Espanha, ou se é o Everton Santos rebaixado com o Curintcha no ano passado.

O Tote, que andou de olho roxo pelas Laranjeiras durante a semana, como sempre meio cambaleante, não conhece, aliás, nenhum dos dois Evertons, como não conhece e nem sabe nada de futebol.

É vice-presidente de futebol apenas por causa da generosidade do velho amiguinho da Rua General Glicério.

Com todas essas condições adversas, sem comando, sem organização, um barco à deriva, uma bagunça administrativa e institucional, sem campo de treinamento, o Fluminense está vendo também o Renato Gaúcho perder o total comando e liderança sobre os jogadores, seu único trunfo como treinador.

Sim, porque o que se viu contra o Cruzeiro foi um grupo de jogadores que já entrou disposto a perder o jogo, com raríssimas exceções, como Washington, Ricardo Berna e os guerreiros de sempre, Luiz Alberto, Roger e Fabinho, embora completamente perdidos na bagunça que é o time.

Sim, um bando em campo, jogadores sem funções táticas definidas, sem ao menos saber em que posições estavam escalados, como Arouca, Tartá, Felipe.

Dodô faz questão de exibir sua apatia, sua falta de interesse. Acho que, pela única vez em sua vida, Montenegro estava certo: esse rapaz está tendo um triste fim de carreira.

O Cruzeiro, também um time horroroso, mal escalado, mal treinado, até que tentou perder o jogo. Estava sem marcar gols há dois jogos.

Saía jogando de forma displicente, fez um pênalti idiota aos 10 minutos de jogo. Mas a vontade de perder do Fluminense era invencível.

Uma absoluta e total falta de respeito com a torcida, com a instituição Fluminense, com a nossa camisa gloriosa e cheia de história.

Parece um pesadelo interminável ter essas figuras sinistras e nefastas no comando, e reeleitas, nosso clube com uma total dependência da Unimed, como um drogado terminal que depende de morfina.

O gangster Carlos Henrique Correia saiu do depoimento na polícia, sobre a máfia dos ingressos, com um sorriso debochado no rosto, como pôde ser visto neste sábado nos jornais. E vai continuar no clube, ganhando um gordo salário, como se nada houvesse acontecido.

Confesso meu desencanto, amigos, e me despeço deste compromisso que já foi tão agradável, tão prazeroso, escrever nesta Sempreflu a crônica dos jogos do Fluminense ainda no calor da emoção do jogo, na vitória ou na derrota.

Agradeço aos amigos Cláudio Fernandes e Júnior Cysne, mas lá se vão já mais de cinco anos, e as coisas do Fluminense têm piorado, ao invés de melhorar.

A campanha da Libertadores, fantástica, foi apenas um estertor, uma demonstração do que poderia ser o Fluminense, do potencial do clube, da nossa torcida, da força da nossa camisa e da nossa tradição, se não fosse o Flu dirigido por anões, por figuras desprezíveis.

Podem até chegar reforços de bom nível, o que acho difícil, mas a estrutura do clube, a falta de rumos, a falta de comando institucional, administrativo e técnico vai estragar tudo.

Não adianta pôr o Dátolo, o Castroman, ou outros grandes jogadores para treinar no que um dia foi um campo de futebol, sem direção técnica, em uma instituição falida, sem rumo, sem objetivos, sem metas. A turma do tênis, do tiro, da piscina, deve estar adorando...

Lamento pela mensagem final pessimista, mas minha cota de irritação se esgotou, de forma irremediável.

Tchau, e rezemos todos pelo não-rebaixamento neste ano de 2008, e por uma diretoria digna do clube nas próximas eleições.

Cezar Motta - cezar_motta@uol.com.br