Santos 1 X 1 Fluminense - Por Cezar Motta. - 12/06/2005 Nas circunstâncias, foi um bom resultado, embora com a entrada do Alex no segundo tempo, em lugar do Fernando, a vitória fosse uma questão de tempo # não fosse a ingenuidade do Tiuí, que fez uma falta inútil e deu ao juiz o pretexto que precisava para expulsá-lo e igualar os dois times. Na verdade, parecia que iríamos perder o jogo no início, porque o Zé Carlos começou descontrolado, como sempre, o Deivid marcou aos 20 minutos em um cochilo dos volantes e a proteção à nossa defesa era falha, com Radamés e Fernando meio perdidos e sem conseguir dar consistência à saída de bola e nem organização ao jogo. Era muito garoto junto, embora todos eles levem algum jeito. O próprio Fernando, apesar de contestado por parte da torcida, tem potencial, desde que ganhe mais confiança e jogue com mais aplicação. Depois do gol do Deivid, o Flu conseguiu novamente equilibrar o jogo na base da raça e da luta, mas o Tuta desperdiça chances de gol de uma forma irritante. Luta, incomoda a defesa, mas finaliza muito pouco nas várias oportunidades que aparecem, e finaliza sempre muito mal. Perdeu três gols no primeiro tempo. Não vencemos o jogo única e exclusivamente porque não temos organizadores de jogo, ainda o tal camisa 10, o homem do último passe, que meta a bola em boas condições. A bola ia à área do Santos apenas na base do trabalho braçal, do esforço do nosso time, principalmente quando tínhamos um jogador a mais, durante boa parte do segundo tempo. Conseguimos o pênalti e o gol de empate no fim do primeiro tempo porque a zaga do Santos é formada por dois Zé Carlos: o Ávalos, que nos deu o gol de presente, e o tal do Hálisson, cada um pior do que o outro. Por várias vezes, Tuta e Tiuí conseguiram desarmá-los e criar boas chances. No lance do pênalti, Tuta desarmou o Ávalos e lançou Tiuí que, realmente, sofreu a falta do goleiro. O Zé Elias também implorou para ser expulso, xingou o juiz, debochou, pediu à torcida que o aplaudisse, foi irônico. Mas duvido que algum juiz expulse dois jogadores do Santos lá dentro. Ao contrário, ele sentiu a pressão e voltou para o segundo tempo assustado e marcando falta até quando um jogador do Flu respirava perto de um do Santos. E o Tiuí lhe deu a chance que procurava de compensar a expulsão de Deivid. O espírito de luta, a garra, a aplicação foram nota 10. Mas a técnica, a inteligência, nota 3. O Flu criou chances de gol bastante claras, mas o time não finaliza, um toca a bola para o outro, até que o último é desarmado. O melhor lance foi a bola na trave de calcanhar enfiada pelo Alex. O Tuta recebeu sozinho um cruzamento limpo, matou no peito e chutou de uma forma ridícula, amadora. Em outro lance, em vez de cabecear um cruzamento perfeito do Gabriel, contorceu o corpo e aplicou uma bicicleta desqualificante, jogando a bola lá na casa do Naldinho. Destaque absoluto para a fantástica e inteligente atuação de Kleber, mais uma vez o melhor do time. Duas defesas espetaculares no primeiro tempo e outras duas no segundo, sendo que, em uma delas, evitou fazer o pênalti de forma sensacional quando saiu nos pés do Danilinho. Destaque negativo para Gabriel e Juan, mais uma vez péssimos e até irritantes, desperdiçando contra-ataques e errando tudo o que tentaram. Maicon também, como sempre, apático, mole, proporcionando ao Santos uma incrível chance desperdiçada de gol no finalzinho do jogo. Capítulo à parte é o Zé Carlos, também como sempre. Aos três minutos de jogo, o cartão de visitas: dominou uma bola dentro da área e a rolou mansamente para o atacante do Santos, que desperdiçou. Aos quatro minutos e meio, aplicou um mawashi-geri, o pontapé alto e em curva do caratê, na orelha do Fabiano. No segundo tempo, mandou um perfeito upercut, o gancho mais longo do box, no fígado de outro adversário. No fim do jogo, tentou extrair a vesícula biliar do magrelinho cabeludo chamado Danilinho, que é ruim de doer. O Igor, ao contrário, esteve muito bem no jogo. Não é possível avaliar o time, porque a estrutura esteve toda muito mexida, sem Fabiano Eller, Arouca, Leandro e com a perda irreparável do Diego. Mas é preocupante a falta de criatividade do time no meio de campo, principalmente porque os nossos laterais estão em um momento horroroso, não conseguem criar nenhum lance. E cabia a eles a armação de jogadas de ataque. Se o estado de coisas se mantiver, vamos fazer contra o Paulista dois jogos de pura vontade, garra, desforço físico, mas pouca técnica. Pela primeira vez neste ano, não me irritei com locutores, comentaristas e nem com a arbitragem. O Jota Júnior é excelente, não toma partido de ninguém e respeita os telespectadores e torcedores dos dois times. O orelhudo Sidney Garambone não entende muito do riscado, mas também buscou a neutralidade e o equilíbrio. Quanto ao juiz, deixou-se intimidar pela pressão do Santos e da torcida a partir do intervalo, mas no resultado final não interferiu no placar. E ficou provado que, sem Robinho e Ricardinho, o Santos é um time fraco. Santos 1 x 1 Fluminense: Kleber (excelente!!); Zé Carlos, Marcão e Igor; Gabriel (Schneider), Radamés, Fernando (Alex), Juninho (Maicon) e Juan; Rodrigo Tiuí e Tuta. Gol: Tuta, de pênalti, aos 40 min do primeiro tempo. Juiz: Evandro Roman (bom no primeiro tempo, mas assustado no segundo). Cartões amarelos: Igor, Radamés, Fernando e Rodrigo Tiuí. Cartões vermelhos: Rodrigo Tiuí. Cézar Motta - cezar_motta@uol.com.br JOGOS ANTERIORES: Fluminense 3 x 1 Toluca - 24/07/2002 Fluminense 0 x 1 Palmeiras - 21/07/2002 Fluminense 1 x 0 Corinthians - 14/07/2002
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